"A palavra é o meu domínio sobre o mundo". Clarice Lispector

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Produção textual: criar uma cena teatral - SME/RJ


Tema: a partir de uma das passagens do livro que você leu neste bimestre, crie uma cena, com diálogo, para uma peça teatral.

Um texto teatral é uma obra literária específica para o teatro, contém os diálogos e as indicações de cena. Sozinho, o texto é apenas literário, transformando-se em teatro quando encenado.

Cena: é uma representação teatral. É a subdivisão de uma ação de uma peça teatral.

Os nomes dos personagens são colocados antes da fala.

As Rubricas (também chamadas “Indicações de cena” e "indicações de regência") descrevem o que acontece em cena; dizem se a cena é interior ou exterior, se é dia ou noite, e o local em que transcorre.

As falas são alinhadas na margem esquerda da folha. Cada fala é antecedida pelo nome do personagem que vai proferi-la, em letras maiúsculas (caixa alta), e seguido de dois pontos. O nome pode estar na mesma linha, porém é preferível que fique acima da linha da fala e das rubricas que lhe pertencem, como no exemplo abaixo.



PEÇA TEATRAL: “O GATO MALHADO E A  ANDORINHA  SINHÁ” 

Escrita por  JORGE AMADO

Personagens: Gato Malhado, Andorinha Sinhá, Coruja, o pai da Andorinha, dois narradores (6 participantes)

Narrador2: A história que vamos contar fala de um amor impossível entre dois seres de espécies tão diferentes desta estranha fábula, sim, fábula, já que acontece entre bichos “humanizados”:



Narrador1: "O mundo só vai prestar 

Narrador2:  para nele se viver 

Narrador1: no dia em que a gente ver 

Narrador2: um gato maltês casar 

Narrador1:  com uma alegre andorinha

Narrador2:  saindo os dois a voar 

Narrador1: o noivo e sua  noivinha

Narrador2: dom gato e dona andorinha.” 

Narrador1: Quando a primavera chegou, vestida de luz, cores e alegria o Gato Malhado estirou os braços e abriu os olhos pardos feios e maus, aliás, não só os olhos do gato refletiam muuuita maldade, mas todo seu corpo forte, ágil se raspando de modo sensual pelos troncos das árvores.

Narrador2: Desse modo seria impossível imaginá-lo cantando canções românticas, sentimentais. Do Gato Malhado ninguém se aproximava!...Estava sempre de mau humor. Ninguém nunca apresentou provas, masquem colocaria em dúvida a ruindade desse gato? Bicho feio aquele...

Gato Malhado:(Miado Romântico) - Miaaauuuuu......

Coruja: Ai meu Deus, um miado romântico!!! Impossível! Parece até que ele está rindo!

Pai da Andorinha:Ninguém nunca viu esse gato rir. Ele é famoso por ser um gato mau, mau e egoísta.

Coruja:Creio que ele enlouqueceu.

Pai da Andorinha:Ele está é preparando alguma maldade.

Coruja:Vamos correr!

Narrador2: Afugentados pelo medo a debandada foi geral...

Gato Malhado: (Se assusta com a movimentação) Ora, mas porque fogem? Justo quando a primavera traz para o bosque a doçura de viver? (Neste momento colhe e cheira uma flor)...É todos fogem de mim (encolhe os ombros com indiferença) Não faz mal não me importa a opinião dos outros, deixe que fujam...

Andorinha: (escondida) Fogem todos, todos menos um...(cantarolando)

Gato: Quem está aí, quem seria dono de tanta coragem?

Andorinha:Não tenho medo de você, eu tenho asas para voar e você não, você não passa mesmo de um gato gordo e feioso!

Gato: Feeeio euuu?! Haahahahaha! (desfilando e mexendo os “cabelos”)

Narrador 1:  Nesse momento chega o pai da andorinha

Pai da andorinha: Vamos embora filha, sua louca, como pode, perdeu o juízo, quer virar mingau de andorinha...

Andorinha:  Até logo, seu feio... (carregada pelo pai)

Narrador 2: Pronto, deste momento em diante a andorinha estava terminantemente proibida de chegar perto do gato feroz... (música triste, o palco se escurece ). FECHAM-SE AS CORTINAS






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